Eu sempre seguia a Deise no Instagram há muitos anos, admirando os animais. Inclusive, ajudo sempre que posso. Sempre que possível, faço uma contribuição para ela. Tenho a Bia, que vai fazer 13 anos em maio do ano que vem, e é meu grande amor. Já estou sentindo sinais de envelhecimento nela, e me dói pensar em ficar sem ela. Sempre doeu, e me dói também as histórias que eu acompanho na vida.
Então, sempre tive na cabeça que o próximo cachorrinho que eu tivesse não seria mais comprado, mas sim adotado, pois há muitos cachorros precisando de amor e uma ótima família. Com a chegada do envelhecimento da Bia, e talvez no momento em que eu não a tenha mais na nossa família, pensei em adotar um cachorro. Eu queria um cachorro que tivesse sofrido muito, sempre tive isso na minha cabeça. Queria pegar um bichinho assim, que a Deise pegou em uma condição muito ruim. Como moro em um apartamento, queria um cachorro menor. Sempre pedi a Deus que me indicasse o cachorro e que eu sentisse no meu coração que era o cachorro certo para adotar.
Comecei a acompanhar a história do resgate do Touché. Sempre quis também ter um cachorro sorridente e comecei a acompanhar a história dele. Vi como foi o resgate e fomos em uma vitrine antes de eu conhecê-lo, mas já acompanhando a história dele. Fui numa vitrine enquanto ele estava internado. Vi todos os cachorros da vitrine, gostei de muitos, mas meu coração não aqueceu. Havia uma coisa dentro de mim que ainda não era ali que eu tinha encontrado meu cachorro.
Na vitrine posterior, conversei com a Deise, que disse que o Touché estaria lá. Fui ver outros filhotes, mas quando bati o olho no Touché, falei: "É ele, não quero ver mais nada". Meus filhos também, ao verem, disseram que o queriam. Impressionados com a história de que ele não tinha uma patinha, compadecidos, trouxemos ele para nós. Ele é um cachorro maravilhoso. Não sei dizer, mas assim que chegou, só faz xixi e cocô na rua. Claro, teve alguns escapes em casa, mas impressionante como parece que nasceu morando em um apartamento. Ele é carinhoso, carinhoso, carinhoso, carinhoso, sempre junto. Ele respeita muito a Bia, sempre respeitou desde o início. Ele sabe passear na guia desde que o peguei, e é incrível, como ele tem o mesmo comportamento que a Bia tinha. Cachorrinho de apartamento. Era para ser ele, então hoje não vejo de outra forma.
Por vezes, fico olhando para ele, para a alegria e o amor que brilham nos olhinhos dele. Sinto uma gratidão profunda pelo lindo trabalho que a Deise faz, pela coragem e determinação dela. Através dos esforços e insistência dela, ele pôde ser resgatado da morte e ter a vida digna que merece. Sou grata também a todos que ajudam a causa da Deise. Quanta dor, quanta tristeza ele sentiu, largado para morrer com a pata dilacerada? Não somente ele, mas todos os animais que a Deise já resgatou? Quando penso nisso, logo encho o Touché de beijos e carinho, tentando de alguma forma compensar tudo de ruim que ele viveu.